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Arquitetos: R21 Arkitekter
- Ano: 2024
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Fotografias:Mariela Apollonio
Descrição enviada pela equipe de projeto. Trata-se do projeto e construção de 26 casas geminadas para uso nos finais de semana, localizadas em Kvitfjell, uma estação de esqui a três horas de Oslo. O terreno se encontra em um pequeno vale na parte mais alta da estação. Esta localização particular condiciona o projeto a priorizar o andar superior para garantir uma melhor integração visual com o entorno. Buscou-se criar vistas cruzadas para ambos os lados: de um lado, o sol da manhã com a montanha de Kvitfjell ao fundo, e do outro, o pôr do sol sobre as pistas de esqui.
Cada unidade consiste em duas moradias distribuídas em dois andares. Para garantir vistas desobstruídas, decidiu-se localizar os dormitórios e as áreas de serviço no andar inferior, mantendo as áreas comuns no nível superior. Para assegurar a independência de cada unidade, os serviços e a circulação vertical são concentrados nas paredes cegas, liberando o perímetro para as áreas habitáveis, que se beneficiam de abundante luz natural. O andar superior, concebido como um espaço aberto, reforça a flexibilidade funcional e assegura a iluminação natural em todos os ambientes. A cozinha está estrategicamente posicionada, não como um elemento isolado, mas integrada na parede, como uma "terceira fachada". Este posicionamento gera uma conexão visual entre ambos os lados do volume, maximizando as vistas e reforçando a continuidade espacial. Em planta, a parede cega coincide com a cumeeira, de modo que cada habitação se organiza sob uma cobertura de uma só água. Assim, embora cada volume seja uma unidade autônoma, eles se integram harmonicamente em um conjunto que respeita a natureza e a topografia do local.
Em relação à construção, optou-se por um sistema de madeira ventilada que remete ao método tradicional da região. A madeira exposta é tratada para evitar o desgaste e a formação de gelo nas camadas superiores, prolongando significativamente sua vida útil. Os volumes se destacam nas janelas, permitindo sustentar as varandas, garantindo a privacidade entre as unidades e protegendo-as dos ventos predominantes. Essas projeções estão orientadas em direção às vistas e organizam as fachadas em forma de cruz.
A integração das fachadas ventiladas e a exposição da estrutura na cobertura conferem ao conjunto um caráter tectônico distintivo. A solução construtiva transforma os volumes em planos e os planos em linhas, reforçando a leveza visual e a coerência formal do projeto.